sexta-feira, 8 de maio de 2009

Série Avisos - Censura

Só pra avisar: a censura vai passar aqui às vezes bloqueando e/ou modificando o que bem entender, como passou agora.

Ahh sim. E a maioria das séries agora deixará de ser sequencial, ou de fingir que é sequencial. Talvez o termo 'série' em si signifique "algo que se apresenta sequencialmente", mas eu não ligo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Série Grandes Constatações - Profissões

Já quis ser muita coisa. Quando em quando me ocorre ser algo.
Já quis ser piloto de avião, cineasta iraniano, zagueiro truculento, senador, físico, entre outras coisas.
Recentemente passei por uma fase de querer ser antropólogo, mas no fim sempre acaba voltando a vontade de ser o axl rose na fase de 88 a 92.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Série Fragmentos de Religião com Desenho - parte 9 - Tamanho


De súbito Ele disse que tem coisa que é maior que os montes, mesmo os montes já sendo grandes.

Aí pra explicar essa parte lançou mão de termos novos, coisas que Ele não tinha mencionado ainda.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Série Fragmentos de Religião com Desenho - parte 8 - Receita



Ele é escorregadio.
Fica lá bancando o vacilão mas sabe muito bem do que é feito o encanto; quantos ingredientes de quantidades nem sempre moderadas.

Foi Ele que inventou a coisa. Podes crer.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Série Grandes Contos Verídicos - parte 3 - VP Animals

Na VP (essa mesma, descrita na parte 2 desta série) tem uma avenida chamada Salim Farah Maluf, nomeada em homenagem ao pai daquele que ceis tão ligado. Ela tem quatro pistas em cada sentido e termina na via Dutra. Por conta disso o movimento é contínuo e ininterrupto durante todas as horas do dia em que o planeta Terra está girando, e formado não só de carros e motos loucaços mas de uns 50% de caminhões, dos quais muitos são de tamanho monstruoso.
To trabalhando na área e agora há pouco fui atravessar essa avenida pra ir almoçar. Farol aberto, eu ali esperando fechar como fazem todos que pretendem seguir existindo. De repente o inesperado: de esguelha avisto, do outro lado da avenida, um poodle branco, coleira, língua de fora, cara de poodle branco bocó felizão, que já começou a atravessar.
A cena é de terror. Logo começam as brecadas bruscas, buzinas, hábeis motoqueiros desviando poucos centímetros antes de espatifar o animal. A passagem de uma jamanta de repente me bloqueia a visão do suicida por alguns momentos. A diferença de tamanho entre animal e jamanta me lembrava aquela entre a Terra e o Sol que a gente vê nos livros do primeiro grau. Ele passa pelo canteiro central e começa a segunda parte da viagem.
Vamos convir que aos motoqueiros podemos atribuir um princípio de conservação: se daria mal também o que atropelasse o bicho, já que perder a estabilidade na Farah Maluf nunca foi ou será boa idéia, mas um piloto de caminhão monstro sequer se daria conta do ocorrido. Portanto, apesar de não ter motivos pra crer que caminhoneiros tenham um furor sanguinário a priore, me impressionou a tentativa de todos eles de evitar a tragédia, seja por consciente amor ao mundo animal ou puro reflexo.
Pois bem. Na segunda parte o horror só aumentou. Muitas brecadas e dava pra ver que a cada pista ultrapassada vinha um sujeito que ainda não avistara o transeunte maluco. Cada vez mais próximo do meu lado da rua, eu já podia avistar a mudança de semblante do animal a cada geringonça que freava na hora agá: um olhar de agonia que logo passado o perigo voltava ao sorrisão. Devo admitir que a essa altura já não tinha mais compaixão pelo bicho mas, ao contrário, o culpava: não se desdenha assim da própria vida; e a cada momento de perigo virava a cabeça temendo como minha mente receberia a imagem de um poodle esmagado por uma dupla roda de carreta.
A última pista. A pior delas. Quase lá. Carreta breca, animal recua e vão passando seus montes de rodas. O bicho é tão retardado que ameaça seguir entre a primeira e segunda fileira de eixos.

Passa. Consegue. Termina a travessia quase roçando na minha perna.

Petrificado, só acompanho com a cabeça o poodle branco, coleira, felizão, seguindo bairro adentro.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Série Grandes Personagens - parte 2 - Senhor Superação

Ele não liga mais. Ele tem uma maldita estrondosa capacidade pra não ligar mais que eu diria ser um engodo se não tivesse acesso direto àquela mente.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Série Grandes Contos Verídicos - parte 2 - VP Girls

23:05 agora. Acabei de pegar um ônibus da Vila Prudente pra cá. A VP é no leste próximo, uma espécie de Oriente Médio de São Paulo. Em geral o lugar é zuado, mas a essa hora da noite, durante a semana, fica um ar de abandono que dá um estranho charme às cercanias.
Subiu um casal. A garota tinha uma saia de um tecido leve na altura do joelho, com umas flores estampadas perto da barra, flores só de contorno, bonitas; camisa branca, cabelo levemente avermelhado, levemente encaracolado também; vou falar: a discussão técnica seria polêmica, mas pra mim tava uma gacta. O sujeito não tinha graça alguma, típico jovem de boné.
Não nego que tenha reservas quanto a garotas da VP, continuo tendo, mas peguei lá aqueles minutos e passei a fantasiar que ela fosse uma figura encantadora, cheia de interesses profundos, um espírito complexo com vontade de expansão e ferozmente oprimido pela lógica de comerciante de automóvel que impera na região. Opressão sobre a qual ela já desenvolveu um cinismo que consegue ser raivoso ao mesmo tempo que é leve, destilado em pequenas frases perdidas em todo o resto que ela diz com um sorriso do tipo que sabe.
Desceram logo. Antes do viaduto. Ainda na VP. De repente reparei que discutiam de forma braba. O sujeito de boné colocava até o dedo na cara dela, que por seu lado também não amenizava.
Ninguém mais no ônibus. Noite bonita pacas. Bairro quase deserto.